terça-feira, 20 de novembro de 2007

AMÉLIA NÃO TINHA A MENOR VAIDADE..

Pra ser sincera eu nunca gostei dessa música, não gosto mesmo! Acho essa história de ser "Mulher Amélia" um grande saco.

Desde os meus 15 anos eu sonhava em morar sozinha, em ter meu apartamento, meu trabalho, minha independência.. Isso se tornou minha grande meta. Um fato que me encorajou ainda mais nessa minha busca foi a conturbada relação com meu tio mais novo. Sempre tivemos problemas de convivência, que com o tempo se tornaram ainda mais sérios, ao ponto de se tornar impossível dividirmos o mesmo espaço. Não foi muito fácil aceitar o fato de ser uma garota largada na casa dos avós maternos desde bebezinha. O fato de eu não ter meus pais comigo parecia autorizar qualquer adulto da família a exercer domínio sobre mim. Tal fato me causava revolta e rebeldia. Foi então que percebi que eu não tinha um espaço realmente meu.. Vivi minha vida toda ocupando o espaço dos outros. Aquele era o espaço da minha vó, dos meus tios e tias, mas não era meu. Comecei a me sentir estranha naquele ambiente.
Cesci, consegui um trabalho que podia me sustentar então sai de casa.. Cortei literalmente o cordão umbilical que fora constituído ao longo da minha convivência com meus parentes. Há 5 anos moro sozinha nesse pequeno "apertamento". Ele é realmente muito pequeno, não tem muito luxo, mas é tão gostoso, é tão bom saber que ele é meu, que posso arrumá-lo do meu jeito, que posso também optar por não arrumá-lo, e melhor ainda, saber que com ele veio a saborosa sensação de que eu tenho um espaço meu, nele me sinto em casa, aliás a única casa que eu já senti minha de verdade.
Bom.. Voltando ao caso da "Amélia". Pois é, eu não sei cozinhar, tudo que faço fica uma droga mesmo, mas eu estou acostumada e acabo gostando do sabor, principalmente quando estou com bastante fome né! Mas faz um mês e meio que meu namorado está aqui em casa comigo. Então estou revelando meu lado "Amélia", cozinho, lavo, seco, faço compras, coloco a mesa, entre outros afazeres ameliais. Poxa! Está sendo uma experiência incrível. Estou dividindo meu espaço com outra pessoa, melhor, com a pessoa que eu amo. Claro que temos nossos conflitos, nossas "briguinhas", afinal ninguém é de ferro né! Mas a maioria do tempo temos aprendido muito um com o outro. Ele diz que eu sou chata e eu sei que sou mesmo, mas não é sempre que sou desse modo. Na maioria das vezes eu estou sorrindo e nesses momentos ele também costuma reclamar que eu sou muito boba, que dou risadas por qualquer bobagem. Essa semana eu rachei o bico por causa de um "pum" e fui chamada de infantil. Convém lembrar que o termo “infância” deriva dos vocábulos latinos infantia – pouca idade, incapacidade de falar, dificuldade em explicar-se – e infans – mudo, não eloqüente, sem voz. Será que ele pensa isso de mim mesmo? Meu namorado não ver muita graça em um "pum". Alguém aí já rachou o bico por causa de uma flatulência?

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