domingo, 13 de julho de 2008

Poxa! Como os dias se passam e se vão numa irrealidade inconstante. Como deveria explicar tudo o que se passa na minha mente? Não posso! Tudo se vai com o tempo.. Há tantas duvidas e nenhuma solução. Perdida, perdida.. Perdi-me tanto que até esqueci sobre o que iria postar.. Que droga!

Só não me esqueço dos olhos castanhos bordados de tristeza que vi através do espelho..

Incolor

Onde estão as cores? Porque está tudo tão cinza? Ou melhor, porque está tudo tão amarelo, porque está tudo tão pós-seca; tão recuperação de febre perdida? Tão pós-lastima; tão sem gosto. Sem cor e sem brilho. Tudo tão escorrido, tão escorrido no passado; num misto de musgo avermelhado voltando à tona para o mundo da visão. Visão ou percepção visual? Mas isso pouco importa. Não tem nada de bom se sentir cinza e querer comprar o amarelo com prestações baratas. Cadê o vermelho? Cadê o meu roxo desconsiderando meu joelho machucado? Falta idéia, faltam textos, falta inspiração; sobra tristeza. Melhor um roxo no joelho que um olho roxo, divagar as vezes é útil, mas as vezes me leva a um mundo sem claridade nem explicação lógica. A lógica não existe, é tudo culpa das palavras e das coisas, da lógica criada por um mundo criado por (..) CRIADO POR NÓS.

Medo..

Eu tenho tanto medo..
Ando com muito medo..
Me sinto tão sozinha..
Tenho medo de não conseguir fazer algo..
Tenho medo de ficar sem um trabalho..
Estou com medo de mim mesma..
Ultimamente ando tão carente, chata, confusa..
Ando sem rumo e com muito medo..

Sobre manias, rituais e superstições..

Todos nós temos manias, rituais, superstições.. Pequenos gestos que no dia-a-dia se repetem, inconscientemente, automaticamente e que acabam nos tornando seres previsíveis e demasiadamente chatos.. Há manias para todos os gostos.. Umas incomodam-nos, outras nem tanto..
Fiz um balanço das manias que adquiri durante esses cinco anos que tenho morado sozinha e percebi o quanto algumas delas me irritam solenemente.. E depois me irrito por ficar irritada com coisas tão idiotas!

MANIA 1- não consigo trabalhar em casa sem que esta esteja arrumada.
Conseqüência: fico não sei quanto tempo a tentar concentrar-me no trabalho, mas só penso na bagunça espalhada pelo apertamento [apartamento pequeno/kitinet]. Daí, deixo o trabalho e corro para arrumar o precioso recinto. E lá se foi o tempo para concluir o tal trabalho, agora só amanhã!

MANIA 2- antes de sair de casa, verifico pelo menos 3 vezes se fechei o gás, janelas, etc.. Sempre estão fechados. Bem, verificar uma vez até compreende-se, três já é doentio..
Conseqüência - demoro uma eternidade para sair de casa, mesmo que já esteja suficientemente atrasada.

MANIA 3- ainda quando saio de casa acabo sempre saindo com as chaves na mão ao invés de colocá-las na bolsa e assim vou até o ponto do ônibus ou até o carro.
Conseqüência – ao voltar para casa fico desesperada sem saber se guardei realmente as chaves na bolsa ou se as perdi no caminho. Perco um tempão na portaria do prédio procurando-as na minha bolsa que é, geralmente, grande e desorganizada..

MANIA 4- odeio ver tapetes enrolados/tortos, coisas fora do lugar.. Porque as pessoas do meu prédio não respeitam os tapetes dos outros? Como é complicado manter o tapete da entrada do meu apertamento sempre direitinho.. Que saco!
Conseqüência – Poxa! Além de sair de casa quase sempre bem atrasada, ainda tenho que desenrolar o meu tapete e o da vizinha também… Estou a pensar seriamente em não usar mais tapetes..

Às vezes me sinto uma neurótica com estas coisas.. Mas afinal de contas, quem é que não tem manias?

sábado, 12 de julho de 2008

"Se por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, porque entendo que por cada minuto que fechamos os olhos perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria um bom gelado de chocolate !
Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.
Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que eu ofereceria à Lua!
Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas...
Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... não deixaria passar um só instante sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor..
Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar!
A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha. Aos velhos ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas foram as coisas que aprendi com vocês, os homens ! Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está em subir a encosta...
Aprendi que, quando um recém-nascido aperta, com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se...
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me irão servir realmente de muito, porque, quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer..."

Gabriel Garcia Marquez