Na maioria das vezes me acho ingênua. Não que eu seja uma boba ou idiota o tempo todo. Já faz algum tempo que eu descobri que Papai Noel não existe, que o coelhinho da páscoa é uma farsa, que o Danoninho[que eu simplesmente adoro] não vale por um bifinho, e que chocolate diet também engorda sim senhor!
Aprendi também que acreditar em mentiras apenas ajuda a colorir a nossa imaginação. Nada mais que isso!
À medida que crescemos aprendemos a desacreditar em tudo que haviam nos ensinado. Recordo bem das longas lições que minha tia e minha avó me ensinavam sobre o respeito, educação, moral, boa conduta, verdade, honestidade, dignidade, etc. Lembro-me das coisas que não podia fazer na frente de ninguém: não podia tirar catota(meleca), arrotar e nem soltar pum. Me disseram também para não aceitar nada de estranhos, nem balinhas e chocolates que eu tanto gostava e que se eu me perdesse em algum lugar, deveria ficar parada no mesmo lugar, sem medo, porque logo alguém me acharia e me levaria de volta pra casa. Aprendi também que não deveria ficar na casa de alguém na hora das refeições pq isso era feio e se por acaso alguém estivesse na minha casa, nessas horas, eu deveria partilhar o que estivesse comendo. Que quando pedisse algo, sempre usar “por favor”, e nunca deixar de agradecer, “obrigada” sempre que alguém fizesse algo por mim.
Algumas coisas não desaprendi. Continuo não fazendo na frente das pessoas o que é feio, porque ainda sou muito educada, obrigada. Ainda continuo não querendo nada de ninguém. Bom, quase nada. Mas quando me perco da minha tia no supermercado, fico rosnando procurando por ela, e quando a encontro, chamo-a de lesa e de desorientada.. E lá se foi a educação e o respeito pelos mais velhos.
Hoje percebo o quanto precisei desaprender muitas das coisas que me foram ensinadas. Muita coisa que vivi e experimentei feriu minha sensibilidade e educação. Levei tanta porrada, quebrei tanto a cara que passei a desacreditar em quase tudo..
Contudo, de todas as coisas que precisei desacreditar para me proteger, o que mais me desapontou foi ter que desacreditar na verdade. De como fui castigada por dizê-la, e de como já usaram minhas verdades contra mim. Quando somos verdadeiros nos expomos, e ficamos vulneráveis àquelas pessoas que roubam tudo que nos é precioso, porque sabem onde guardamos a chave da porta da frente.
Cheguei a achar que verdades estariam restritas apenas àqueles que a gente ama, e na melhor das hipóteses, a quem nos ama de volta e nos retribui o coração com a mesma sinceridade
Porém, de uns tempos para cá, descobri que amigos às vezes nos retribuem amizade com mesquinharias e pobreza de espírito; e que aquele amor para vida toda era tão verdadeiro quanto Papai Noel. A sensação que tenho é que guardei as meias que colocava na janela. Acreditar naquele amor para vida toda é olhar para o céu e esperar Papai Noel chegar, com todos os nossos sonhos dentro daquele enorme saco vermelho.
Acho que minha família conseguiu me ensinar a ser uma pessoa boa. Só esqueceu de me ensinar a ser esperta. Talvez tivesse esperanças que eu percebesse que tudo muda quando a gente cresce, e que com o tempo eu aprenderia.
À medida que crescemos aprendemos a desacreditar em tudo que haviam nos ensinado. Recordo bem das longas lições que minha tia e minha avó me ensinavam sobre o respeito, educação, moral, boa conduta, verdade, honestidade, dignidade, etc. Lembro-me das coisas que não podia fazer na frente de ninguém: não podia tirar catota(meleca), arrotar e nem soltar pum. Me disseram também para não aceitar nada de estranhos, nem balinhas e chocolates que eu tanto gostava e que se eu me perdesse em algum lugar, deveria ficar parada no mesmo lugar, sem medo, porque logo alguém me acharia e me levaria de volta pra casa. Aprendi também que não deveria ficar na casa de alguém na hora das refeições pq isso era feio e se por acaso alguém estivesse na minha casa, nessas horas, eu deveria partilhar o que estivesse comendo. Que quando pedisse algo, sempre usar “por favor”, e nunca deixar de agradecer, “obrigada” sempre que alguém fizesse algo por mim.
Algumas coisas não desaprendi. Continuo não fazendo na frente das pessoas o que é feio, porque ainda sou muito educada, obrigada. Ainda continuo não querendo nada de ninguém. Bom, quase nada. Mas quando me perco da minha tia no supermercado, fico rosnando procurando por ela, e quando a encontro, chamo-a de lesa e de desorientada.. E lá se foi a educação e o respeito pelos mais velhos.
Hoje percebo o quanto precisei desaprender muitas das coisas que me foram ensinadas. Muita coisa que vivi e experimentei feriu minha sensibilidade e educação. Levei tanta porrada, quebrei tanto a cara que passei a desacreditar em quase tudo..
Contudo, de todas as coisas que precisei desacreditar para me proteger, o que mais me desapontou foi ter que desacreditar na verdade. De como fui castigada por dizê-la, e de como já usaram minhas verdades contra mim. Quando somos verdadeiros nos expomos, e ficamos vulneráveis àquelas pessoas que roubam tudo que nos é precioso, porque sabem onde guardamos a chave da porta da frente.
Cheguei a achar que verdades estariam restritas apenas àqueles que a gente ama, e na melhor das hipóteses, a quem nos ama de volta e nos retribui o coração com a mesma sinceridade
Porém, de uns tempos para cá, descobri que amigos às vezes nos retribuem amizade com mesquinharias e pobreza de espírito; e que aquele amor para vida toda era tão verdadeiro quanto Papai Noel. A sensação que tenho é que guardei as meias que colocava na janela. Acreditar naquele amor para vida toda é olhar para o céu e esperar Papai Noel chegar, com todos os nossos sonhos dentro daquele enorme saco vermelho.
Acho que minha família conseguiu me ensinar a ser uma pessoa boa. Só esqueceu de me ensinar a ser esperta. Talvez tivesse esperanças que eu percebesse que tudo muda quando a gente cresce, e que com o tempo eu aprenderia.
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